O que esperar do Vasco de Abel Braga?

Imagem: colunadofla.com

Por Rodrygo Nascimento
FutebolNews

Com toda certeza os últimos trabalhos do técnico Abel Braga influenciam e tendem a levar a analise de suas equipes para um lado muito mais critico do que de fato é. A sua contratação nesta temporada tem relação com sua opção por utilizar jogadores da base, entretanto o seu modelo de jogo não casa tanto com o de seu antecessor Vanderlei Luxemburgo, ou seja, haverá ruptura de estilo de jogo e demanda mais tempo para implementar este novo modelo. Seria leviano querer fazer qualquer critica construtiva em relação ao Vasco tendo apenas três partidas oficiais na temporada. Porém, tendo em vista as ressalvas de ser um trabalho com apenas 3 jogos e com pouquíssimos dias de pré-temporada uma pergunta: O que esperar do Vasco de Abel Braga?

Em pouco que tempo que teve a primeira impressão que fica é a utilização da base mesclando com a base mantida da última temporada. Dos jogadores de foram embora da última temporada quatro eram titulares (Osvaldo Henriquez, Richard, Rossi e Guarín*), significa que perdeu, pelo menos, um jogador de cada setor. Por mais que nenhum deles, exceto Guarín, sejam titulares indiscutíveis, foram fundamentais no último ano. Começar um novo trabalho sem contar com 4 jogadores titulares pesa, pesa muito e isto precisa ser levado em conta. A unica contratação, até o momento, foi do centroavante Germán Cano que marcou seu primeiro gol na última partida, a contratação de um centroavante inclusive era uma das principais metas do clube para temporada 2020.

Seguindo na mesma linha, o pouco tempo para adaptação ao novo modelo de jogo precisa levado em conta. Apenas 11 dias de pré-temporada, algo surreal em qualquer outro lugar do mundo, pouco mais de 10 treinos feitos para conseguir passar uma nova filosofia. A mudança tática do 4-1-4-1 para algo mais próximo do 4-2-3-1, mudança na organização defensiva que agora procura fazer encaixes individuais com perseguições mais longas. O setor ofensivo foi o que não sofreu tanta alteração, a utilização por ligação direta, seja na bola alçada ou passe vertical em direção aos extremos já era usado por Luxemburgo na temporada passada. Mesmo que seja, ainda é prematuro execrar Abel por qualquer queda de rendimento do setor.

Por fim, chegamos ao fator determinante das demissões de treinadores no início de temporada, o já conhecido: imediatismo. Um circulo vicioso que assola o futebol brasileiro que começa pela imprensa que desinforma e propaga criticas sem embasamento e chega aos torcedores que, em muitos casos, abraçam o discurso de que "só se pode jogar bonito se houver posse de bola". Entretanto, para se chegar a um modelo sólido demanda tempo, conhecimento e paciência, três fatores que não fazem parte do cotidiano do futebol brasileiro.

Então, levando em conta todas as razões citadas acima, fica nítido que no exato momento é inviável analisar o trabalho de Abel Braga, porém, utilizando o recorte desses 3 jogos o que há a se projetar é que será um trabalho regular ao longo da temporada (tendo apenas o recorte das três partidas oficiais). Não será uma equipe exuberante, com jogo apoiado e construção ofensiva plástica. Terá uma equipe com jogo mais rustico, utilizando as jovens promessas da base como ponto chave. Mas, a grande questão é: quanto tempo o Abel terá para trabalhar e assim conseguirmos fazer uma projeção mais embasada.

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